Principais projetos

Roberto Burle Marx realizou até o fim da vida mais de 2.000 projetos paisagísticos, sempre seguindo o caminho da experimentação e da valorização de espécies botânicas diversas, o que levou à criação do conceito de paisagismo tropical moderno. Uma produção tão vasta que chega a ser difícil sumarizar. Aqui, você encontra os principais projetos de Burle Marx.

  • Jardim para a residência da família Schwartz, Copacabana, Rio de Janeiro, 1932. Arquitetos: Gregori Warchavchik e Lúcio Costa.
    Primeiro projeto paisagístico de Burle Marx, feito a convite de Lúcio Costa.
  • Jardim da Casa Forte, Cactário da Madalena (Praça Euclides da Cunha), Recife, 1934-1937.
    Os projetos realizados enquanto Burle Marx foi diretor de parques e jardins da cidade são os primeiros jardins públicos de caráter ecológico criados no Brasil.
  • Jardins e terraços do Ministério da Educação e Saúde (atual Palácio Gustavo Capanema), Rio de Janeiro, 1938. Arquitetos: Lúcio Costa, Affonso Eduardo Reidy, Oscar Niemeyer, Jorge Machado Moreira, Carlos Leão e Ernani Vasconcellos.
    Marco decisivo na afirmação da arquitetura moderna no Brasil, este projeto conduziu ao imediato reconhecimento de Burle Marx como criador do jardim tropical moderno ou em estilo brasileiro.
  • Jardim da Praça Salgado Filho, no Aeroporto Santos Dumont, Rio de Janeiro, 1938.
    Primeiro jardim público que projeta na cidade do Rio de Janeiro.
  • Jardins para as residências de Roberto Marinho e J. Louis Wallerstein, Rio de Janeiro, 1938.
  • Jardins dos edifícios da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), Rio de Janeiro, 1940.
    Dois projetos significativos de jardins em estreito diálogo com a arquitetura moderna.
  • Jardins para o bairro da Pampulha (Cassino, Iate Clube, Casa do Baile, Ilha Restaurante e o roseiral e o ficetum da Igreja São Francisco), Belo Horizonte, 1942. Arquiteto: Oscar Niemeyer.
    Considerado o marco original de uma arquitetura moderna propriamente brasileira, capaz de aproximar tradição cultural e modernidade, racionalidade e imaginação, o projeto da Pampulha deu forte impulso à carreira do paisagista Burle Marx.
  • Jardim do Parque do Barreiro, em Araxá, Minas Gerais, em colaboração com o botânico Henrique Lahmeyer de Mello Barreto, 1943.
    O botânico o estimulou a estudar as plantas in situ antes de utilizá-las em projetos.
  • Jardins para residências particulares: casa de Odette Monteiro, em Correias, e Fazenda Samambaia, em Petrópolis, ambas no Rio de Janeiro; casa de Diego Cisneiros, em Caracas, Venezuela; casa de Burton Tremaine, em Santa Bárbara, na Califórnia, Estados Unidos (projeto arquitetônico assinado por Oscar Niemeyer), 1948.
  • Jardim da sede carioca do Instituto Moreira Salles, com imenso painel de azulejos, Rio de Janeiro, 1949.
    É neste ano que ele adquire o Sítio Santo Antônio da Bica, atual Sítio Roberto Burle Marx, fundamental para a aclimatação das espécies que seriam utilizadas nos projetos dali em diante.
  • Jardim e painéis para a Tecelagem Parahyba e para a residência de Olivo Gomes, em São José dos Campos, São Paulo, 1950. Arquiteto: Rino Levi.
    Posteriormente, a antiga tecelagem tornou-se parque público.
  • Jardim e mosaico de pastilhas de vidro para o Conjunto Residencial Prefeito Mendes de Moraes, conhecido como Pedregulho, Rio de Janeiro, 1951. Arquiteto: Affonso Eduardo Reidy.
    Painéis de azulejos de Candido Portinari convivem com um painel de mosaico de Burle Marx na área de recreio como elementos de destaque.
  • Projeto para o Parque Ibirapuera, em São Paulo, 1953. Arquiteto: Oscar Niemeyer.
    O projeto de Burle Marx não foi posto em prática, e o paisagismo ficou depois a cargo do engenheiro agrônomo Otávio Augusto Teixeira Mendes.
  • Projeto de recuperação do Largo do Machado, no Rio de Janeiro, 1954.
    Burle Marx utilizou pedra portuguesa em três cores, formando um desenho de linguagem cubista. O projeto preservou, ainda, palmeiras imperiais e figueiras que lá já estavam.
  • Jardins do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Aterro do Flamengo, Rio de Janeiro, 1954. Arquiteto: Affonso Eduardo Reidy.
    A proposta do “jardim ordenado” concebe a materialização das formas geométricas e o emprego de elementos da natureza.
  • Jardins da residência de Francisco Pignatari, em São Paulo, 1956.
    Posteriormente, o local tornou-se um parque público, o Parque Burle Marx, um dos principais da Zona Sul da cidade.
  • Projeto paisagístico e coordenação de equipe multidisciplinar para a construção do Parque del Este (Parque Generalísimo Francisco de Miranda), em Caracas, Venezuela, 1956-1961.
    O caráter transnacional da associação ecológica neste empreendimento mostra como seu laboratório privado, o Sítio Roberto Burle Marx, era essencial para a sustentação de sua concepção de jardim tropical moderno, reunindo as pontas das atividades artística e ecológica.
  • Projeto de paisagismo do Parque do Flamengo (Grupo de Trabalho para a Urbanização do Aterro), Rio de Janeiro, 1961.
    Neste projeto, Burle Marx usou principalmente as palmeiras: mais de quarenta espécies, entre nativas e exóticas. Destaca-se a Talipot, que floresceu em 2019. Nativa da Índia e do Sri Lanka, ela vive em torno de 50 a 80 anos, floresce apenas uma vez na vida e, em seguida, morre.
  • Jardins, terraços e tapeçarias para o Palácio do Itamaraty, Ministério das Relações Exteriores, Brasília, 1965. Arquiteto: Oscar Niemeyer.
    São três jardins: externo, de ilhas com variedades de plantas tropicais, do Cerrado e da Amazônia, internos, e até mesmo um jardim suspenso, localizado no terceiro andar.
  • Projetos de calçadas e jardins para o alargamento da praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, 1970.
    Traço marcante do calçadão, que pode ser apreciado por quem olha de baixo ou do alto, o mosaico de formas abstratas em pedra portuguesa na calçada já existia, mas foi mantido e adaptado por Burle Marx, para que sempre estivesse alinhado às curvas naturais da praia, mantendo as ondas do desenho paralelas ao mar.
  • Praça Cívica (Praça dos Cristais), Ministério do Exército, Brasília, 1970. Arquiteto: Oscar Niemeyer.
    Além dos jardins, as esculturas em concreto aparente são também de Burle Marx.
  • Painel para o Palácio do Planalto, Brasília, 1972.
  • Jardim para o Palácio do Jaburu, residência oficial da vice-presidência da República, Brasília, 1975. Arquiteto: Oscar Niemeyer.
    Une espécies típicas do cerrado, mantidas no terreno com espécies frutíferas e ornamentais vindas de outras regiões do país.