O Sítio Roberto Burle Marx está inserido em Barra de Guaratiba, numa região entre a restinga da Marambaia, manguezais e a Mata Atlântica, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
O trabalho de Burle Marx e a presença do Sítio foram marcantes para o território e a comunidade do entorno. O próprio nome da estrada onde se situa o Sítio é revelador dessa influência: Estrada Roberto Burle Marx.
A região é habitada há mais de 3.000 mil anos. Seus primeiros moradores foram coletores-caçadores que viviam da pesca, da coleta de moluscos e da caça, sucedidos por grupos da etnia tupi, que lhe deram o nome. Na linguagem dos índios que habitavam o local, Guaratiba significa “ajuntamento de guarás”, ave de cor vermelho-vivo e bico fino e longo, considerada uma das mais belas do planeta.
Em 1579, na esteira da estratégia adotada pelo governo português de doar grandes sesmarias na região, visando garantir a colonização e a defesa do território, o português Manoel Velloso Espinha recebeu da coroa portuguesa uma sesmaria em Guaratiba, em cujas terras ele e sua família implantaram engenhos de produção de açúcar e aguardente para exportação. O território se desenvolveu com a instalação desse e de outros extensos engenhos, que, com o passar do tempo e a sucessão dos seus proprietários, foram subdivididos em fazendas e engenhos menores, situados nas baixadas ao redor do Maciço da Pedra Branca (localizado atualmente dentro do Parque Estadual da Pedra Branca).
Entre eles estava o Engenho da Bica, assim denominado por possuir uma bica d’água que abastecia a população local. No século XVII, com a construção da capela dedicada a Santo Antônio, esse engenho recebeu o nome de Santo Antônio da Bica, que passou a designar também o morro por onde se estendiam suas terras.
Roberto Burle Marx e seu irmão, Guilherme Siegfried Marx, chegam a Guaratiba em 1949, quando compram o primeiro dos três terrenos remanescentes do Sítio da Bica.
A atuação de Burle Marx na região produziu um impacto importante na economia local ao introduzir a produção de plantas ornamentais, nova vocação desenvolvida em Guaratiba, e contribuir para a formação de diversos profissionais, que se tornaram, a partir da década de 1990, proprietários de hortos e influenciaram, por sua vez, outros produtores que vivem atualmente dessa atividade.
Comunidade Amiga
Moradores da Ilha e Barra de Guaratiba podem contar com uma carteirinha de visitação que confere entrada gratuita ao Sítio Roberto Burle Marx. Interessados devem fazer a solicitação presencialmente no Sítio, às segundas-feiras, das 9h às 16h, com comprovante de residência e documento de identificação com foto. A carteirinha fica pronta na hora, porém não dispensa a obrigatoriedade do agendamento da visita.
Turismo na região
Barra de Guaratiba é o bairro mais meridional do Rio de Janeiro, banhado pelo oceano, bem como pelos canais de acesso à Baía de Sepetiba. Faz limite com os bairros de Guaratiba, Vargem Grande, Recreio dos Bandeirantes e Grumari.
A praia de Barra de Guaratiba de águas calmas oferece estrutura de pousadas e bares. O acesso é feito pela Estrada Roberto Burle Marx, que possui em seu entorno diversos restaurantes que servem crustáceos, frutos do mar e peixadas – a região é nacionalmente conhecida como centro gastronômico –, além de atrativos da flora da Mata Atlântica, grandes bananais e localidades pouco exploradas. Do lado direito da orla começa a Restinga de Marambaia, área militar restrita a visitações.
A Pedra do Telégrafo é mais um atrativo de Guaratiba. Para chegar ao topo da montanha de 354 metros, é preciso percorrer uma trilha de dificuldade moderada, que dura cerca de 40 minutos.
Por meio de uma trilha no costão de Guaratiba, entre Grumari e Guaratiba, também é possível chegar a praias desertas e selvagens, como as praias do Perigoso, do Meio, Funda e do Inferno. É recomendado o acompanhamento de um guia para fazer as trilhas.
