Foto Oscar Liberal

Casa de Roberto

“No futuro vão ver que foi uma casa onde não se viveu apenas de maneira corriqueira”, disse certa vez Roberto Burle Marx. Pois o futuro chegou e nada mesmo tem de corriqueira a casa onde o paisagista viveu seus últimos vinte anos de vida, realizando seus experimentos botânicos e cultivando as artes e os amigos.

Para possibilitar uma vivência mais próxima e traduzir as emoções poéticas de Burle Marx, a Casa de Roberto está aberta aos visitantes desde novembro de 2019, com nova curadoria e remodelação expositiva.

O circuito de visitação busca revelar a personalidade e a vida de Roberto Burle Marx, apresentando o acervo reunido pelo paisagista, as características arquitetônicas da casa e os elementos botânicos do entorno, numa narrativa que enfatiza o valor da liberdade poética e da experimentação via emoção.

Fazem parte do circuito de visita a sala das cerâmicas, com ricos itens do Vale do Jequitinhonha, peças de madeira e pinturas; a sala de música, com piano de cauda e as vitrines que abrigam sua coleção de peças pré-colombianas; a sala de estar, com suas pinturas e mobília, cujo mote é a valorização das tradições coloniais latino-americanas, nativas e populares; a sala do oratório; a sala de jantar, na qual Burle Marx reunia seus amigos, cujas vitrines abrigam as coleções de vidro e cristal e que também reúnem uma ampla parcela de sua rica produção artística; o quarto de hóspedes, com seus objetos pessoais e documentos, além da coleção de conchas; o hall do quarto de hóspedes, que reúne objetos produzidos por povos africanos e seu banheiro, ricamente decorado com azulejos; a cozinha, de onde saía a deliciosa produção culinária para os banquetes; a varanda dos fundos, espaço preferido de Burle Marx para a pintura; e o ateliê do paisagista, este ao lado da residência.

Todos os elementos da exposição apontam na direção de um artista ao mesmo tempo singular, universal e multifacetado.