Conferências

Roberto Burle Marx proferiu conferências sobre suas atividades ao longo de um período de quase quarenta anos, nas quais compartilhou pensamentos e conceitos que revelavam seu propósito de situar a atividade paisagística como legítima manifestação de arte.
Nessas palestras, seu espírito humanista e ecológico estimulava o debate e a reflexão, especialmente em defesa das condições de sobrevivência da flora brasileira.

Ao falar sobre “Conceitos de Composição em Paisagismo”, em 1954, Burle Marx remonta a história do jardim e da paisagem organizada em relação à paisagem natural no Brasil, uma análise que retrata o desenvolvimento do país, traço presente em seus discursos sobre paisagismo, botânica, arte brasileira, ecologia e preservação da natureza.

Em junho de 1976, ele se manifesta ao Senado Federal e chama atenção para a urgência de uma política de preservação ambiental. Nesse relato, que traz “denúncias e sugestões feitas por quem compreende e ama a natureza”, o paisagista finaliza com um alerta: “As medidas para a preservação ambiental são difíceis de pôr em prática, e caras, a curto prazo. Muito mais oneroso será o desprezo ou o descaso. Por isso procurei enfatizar a conscientização, ao meu juízo condição indispensável à coexistência do homem, dito civilizado, com a natureza, dita selvagem.”

Essa e outras reflexões de Roberto Burle Marx podem ser encontradas no livro Arte & Paisagem – Conferências Escolhidas, organizado pelo arquiteto paisagista José Tabacow, que assina o prefácio e destaca a contribuição inquestionável de Burle Marx na definição do jardim moderno, além do valor do Sítio nesse processo e como legado do trabalho de Burle Marx, no qual “a planta é o ator principal”.